sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Agarrado em mim como um último sopro que você respiraria, você era como um lar para mim, e eu não reconheço mais estas ruas. Por favor, não feche seus olhos eu não sei para onde olhar sem eles. Lá fora os carros passam acelerados e eu nunca os tinha ouvido até agora. Sei que você se importa, sei que sempre esteve lá, mas há problemas à frente, posso sentir, você está apenas se preservando quando esconde isso. Sim, eu sei que você se importa, vejo na maneira como você olha pra mim, como se houvesse problema à frente e você soubesse. Estarei me preservando da ruína e eu sei que você se importa. Eu costumava descer as escadas correndo, até a porta, e eu achava que você estava lá, para ajeitar seu corpo na forma do meu, dois amantes, amados, fora do amor. Mas eu sei que você se importa sei que sempre esteve lá. Sei que nem sempre foi errado, mas eu nunca conheci um inverno tão frio. Não, eu não quero minhas mãos num casaco, mas ainda espero. Porque é assim que as coisas deveriam ser. E eu conheço as palavras, não foi tudo o que transparecemos. Eu não posso sonhar? Não posso?

Até ontem, não ontem mas quase ontem, eu acreditava naquele amor que as pessoas sonham, naquele que estava escrito nas estrelas, no destino, nas coincidências, e por mais que você rodasse na vida, você estava destinado a encontrar esse amor, e por mais que tudo desse errado quando você encontrasse, só chegaria ao final quando tudo desse certo e ambas as partes estivessem juntas e felizes. E é difícil e doloroso deixar de acreditar em algo que te motivou por tanto tempo. Mas eu não acredito mais, não acredito mais no amor, não quero mais amor, e o único amor que existe, é o das pessoas que lutam por um relacionamento durante anos, e constroem o amor com o tempo, e esse amor é só pra quem ama a convivência, pra quem quer matar o amor todos os dias, mas sabe que não viveria um segundo sem a pessoa, mas pra valer mesmo. O único amor no qual eu acredito pra mim hoje, é o amor que eu vou construir com o passar dos anos, por mim mesma. Porque para alguns a única pessoa no mundo da qual irá receber amor será de si mesmo, e o único sorriso de paixão que verá será no espelho, talvez a única demostração de carinho será a rara demonstração de afeto de um dos quarenta gatos acumulados nos sofás, e as únicas flores recebidas, serão as enviadas pela primavera, que só serão vistas quando forem plantadas pelas próprias mãos. Algumas pessoas só não foram feitas para viverem contos de fadas. Mas não se pode ter medo de andar por esse mundo sozinho.
Naqueles momentos em que você não sabe mais porque viver, e você só acorda, sobrevive e volta a dormir. Quando você não lembra mais seus motivos, e seus sonhos parecem tão distantes que nada mais parece certo, que parece que tudo está parado, e o mundo está girando enquanto você está enfiada num buraco sem saber como sair dele, e depois disso, em qual direção seguir. E sabe, acho que é pra isso que eu uso certos dramas, pra chorar pela tristeza alheia. Mas os dramas não são sobre a tristeza, ou sobre quem morre no final, eles são sobre, porque você, que está vivo precisa viver. 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Paixões não correspondidas, simplesmente, não deveriam existir.
As vezes eu gostaria de poder fazer as coisas certas, mas as coisas certas estragariam os meus sonhos, meus planos, meus futuros. As vezes eu gostaria que a vida não fosse tão confusa, complicada. Algum dia você já percebeu, como um dia pode ser tão diferente e decisivo de diferentes formas para diferentes pessoas, mesmo que elas estejam num pequeno circulo, num ciclo, numa comunidade só, num mesmo mundo. Mas as vezes as coisas simplesmente saem diferente, pra mim e pra você. As vezes em 24 horas podem haver mortes, para tristeza de muitos, para perturbação de um, e alívio inconsciente de alguns, podem acontecer reencontros, realizações, uniões, nascimentos, e provas de amor, concretizações. As vezes, eu me pego pensando, o que poderia ter acontecido caso eu tivesse agido diferente, mas esse tipo de efeito borboleta de loucura, que aflige a todos nós em uma parte da vida, é muito perigoso, porque se vivermos nos alimentando do que poderia ter acontecido, perdemos o que está acontecendo, perdemos o controle, e me perdoem os cristãos que insistem em dizer que o melhor é entregar o controle da vida sobre as mãos de Deus. Eu prefiro manter o controle da minha, e sob rédia curta, porque quando se perde o controle, coisas irremediáveis podem acontecer, se não forem externamente irremediáveis, podem ser internamente, e com quantos pesadelos que vivem dentro da sua cabeça você consegue viver?



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

as pessoas não mudam, ninguém muda, nunca.